23 outubro 2006

Funcionários públicos em maioria na região

Luís Henrique Oliveira
Jornal de Notícias
[23.10.2006]

Segundo o estudo levado a cabo pelo CEVAL, nalguns concelhos do distrito a percentagem de trabalhadores do sector público chega a ultrapassar a fasquia dos 60%

Mais de metade da população activa do distrito está empregada no sector público. Esta é uma das conclusões a que chegou um levantamento sobre a dinâmica económica da região, levado a cabo durante dez meses pelo Conselho Empresarial dos Vales do Lima e Minho (CEVAL), segundo o qual 55,6% dos trabalhadores do Alto Minho estão empregados em organismos das administrações Central (como a saúde, o ensino e a segurança social, entre outros) e Local (autarquias).

Em números absolutos, os organismos públicos do distrito empregam 90548 funcionários, totalizando o sector privado 72120 trabalhadores, quadro que, para a entidade promotora do estudo, "revela pouca dinâmica empresarial, condicionando, de certa forma, o empreendedorismo".

Segundo o director executivo do CEVAL, Filipe Lopes, nalguns concelhos do distrito - que não especificou -, a percentagem dos trabalhadores empregados no sector público chega mesmo a ultrapassar a fasquia dos 60%, constituindo conjuntura que, segundo disse, "não leva as pessoas a arriscar".

Defendendo a criação de mais incentivos "para que se ultrapassem receios", considerou "se o Estado quer uma economia forte, tem de olhar para estes dados com preocupação. Trata-se de problema que continua por resolver, após anos de quadros comunitários".

Afiançando que o estudo, realizado no âmbito de formação avançada em dirigismo empresarial, versou, também, sobre temas como a demografia e as acessibilidades, disse que, no tocante à distribuição dos trabalhadores por sector de actividade, cabe a liderança à indústria transformadora, com cerca de 17 mil operários, seguido do sector do comércio, hotelaria e restauração, com mais de 12 mil empregados.

Segundo Filipe Lopes, apesar de situar-se na segunda posição quanto ao número de trabalhadores empregues, é este o sector privado que mais factura, em todo o distrito.

Em terceiro lugar, posiciona-se a construção civil, com perto de 11 mil operários.No que se refere à localização geográfica de empresas e trabalhadores, a capital de distrito surge à cabeça, com cerca de um terço da globalidade das empresas a laborar no Alto Minho, mais de metade do volume total da facturação e da população activa.

O segundo município com mais empresas a laborar é Ponte de Lima, seguindo-se Valença, indicou, assinalando que o CEVAL tem vindo a intensificar a actividade desenvolvida ao nível do empreendedorismo.

"Apesar de não se realizar com a intensidade desejável, existem já frutos desse esforço. E existe também a vontade de empresas, universidades e autarquias trabalharem em conjunto", disse.

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