23 outubro 2006

Defesa não comenta contestação nos ENVC, trabalhadores reúnem em plenário

Paulo Julião
Rádio Geice
[23-Oct-2006]



O ministério da Defesa Nacional, que através da holding estatal Empordef tutela os Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), não comenta a contestação dos trabalhadores à “dança de administradores” na empresa.

Esta terça-feira, 15h00, há Reunião Geral de Trabalhadores e em cima da mesa está a hipótese de paralisação.

“Pode passar por uma paralisação simbólica ou uma conferência de imprensa para denunciar a situação. Todas as hipóteses estão em aberto e os trabalhadores é que vão decidir”, afirmou à Geice fonte da Comissão de Trabalhadores (CT) dos ENVC.

Tal como a Geice revelou na semana passada, a contestação interna à administração liderada por Fernando Geraldes está ao rubro, depois de mais um administrador ter abandonado, nos últimos dias, o cargo.

Em Maio último, em ruptura com os restantes elementos, Carlos Pimpão (antigo presidente da empresa) demitiu-se do cargo de administrador (de um conselho de administração formado por três elementos).

A Empordef nomearia para o lugar José Moniz Bettencourt que, esta semana, abandonou as funções, desconhecendo-se o motivo.

“São assuntos internos dos ENVC que o ministério não comenta”, afirmou à Geice fonte do gabinete do ministro Nuno Severiano Teixeira, garantindo que o Governante, “não tem qualquer visita programada” à empresa de Viana, que ainda não aconteceu desde que assumiu o cargo.

Recorde-se que o conselho de administração da empresa é constituído por mais dois elementos executivos, Fernando Geraldes (presidente desde 2004) e Adriano Menezes (representante da Empordef).

“É o quarto gestor de saída, neste mandato histórico”, afirma a Comissão de Trabalhadores (CT) num documento interno em que justifica esta saída com “interesses de bastidores”.

Segundo fontes da empresa contactadas pela Geice, a “apreensão e preocupação” com o futuro dos ENVC é grande. “Mais grave é que, talvez por estarmos longe de Lisboa, ninguém do Governo se mostra preocupado com isto”, afirma-se na empresa.

“Dada a gravidade da matéria”, a CT apresentará aos 930 trabalhadores as medidas de luta a adoptar, já que “os prejuízos da empresa não param de se agravar”, dai a necessidade de uma “nova gestão”.

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