17 outubro 2006

Enercon acelerou ligação do gás natural à cidade

Luís Henrique Oliveira
Jornal de Notícias
[17.10.2006]



"Para a ligação de Viana do Castelo ao gás natural, que foi antecipada em quatro anos em relação ao previsto, muito contribuiu a instalação, na cidade, de unidade do sector da energia eólica à qual a EDP está, também, associada. É preciso clientes industriais que justifiquem o investimento."

O presidente do Conselho de Administração (CA) da EDP, António Mexia, justificou, assim, ontem, a chegada do gás natural a Viana do Castelo, "o último grande pólo (da concessão) que não tinha gás", com a implantação da Enercon nos estaleiros navais, unidade fabril que, segundo disse, deverá ser responsável por um terço do consumo do recurso energético, numa primeira fase (durante a qual o abastecimento será feito a partir de reservatório).

Segundo Gomes de Pinho, homólogo da Portgás, concessionária regional do recurso energético, até ao final deste ano a empresa espera investir um milhão de euros em infra-estruturas. Até 2012, o montante de investimentos a realizar está estimado em sete milhões de euros, prevendo, então, a empresa que cinco mil famílias estejam ligadas à rede, que terá, nessa altura, uma extensão de meia centena de quilómetros.

Sobre a questão, o presidente da Câmara, Defensor Moura, indicou que "há mais de seis anos" que o município trabalha, também, na instalação de infra-estruturas na malha urbana, trabalho esse dinamizado em parceria com a Portgás.

Aludindo ao investimento da Enercon - que será acompanhado da instalação, no concelho, de fábricas de componentes para a energia eólica -, o autarca considerou tratar-se de "cluster" que optou pela região devido à sua localização e facilidades de comunicação.

A propósito, o administrador da empresa alemã na região, Francisco Laranjeira, adiantou que o acordo entre o grupo industrial alemão e a tutela deverá ser firmado "até ao final do mês", estando, então, criadas as condições para o arranque dos trabalhos com vista à instalação da fábrica.

De acordo com aquele responsável, a primeira fase do complexo deverá estar a laborar até ao final do próximo ano, prevendo-se que as restantes unidades (que ocuparão, também, terrenos do Parque Empresarial de Lanheses, no concelho) entrem em funcionamento até ao final de 2008. Segundo disse, a unidade da Enercon deverá gerar um milhar de postos de trabalho directos.

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