21 novembro 2006

Pagamento de portagens na A-28 gera polémica

Primeiro de Janeiro
21.11.2006


Movimento contraria estudo


O movimento cívico “Alto Minho contra novas portagens” anunciou ontem a elaboração de um documento que contraria o estudo técnico apresentado pelo Governo para justificar o pagamento da utilização da A-28 entre Viana do Castelo ePorto.

O pagamento de portagens na A-28, entre o Porto e Viana do Castelo continua a merecer contestação.

O movimento cívio «Alto Minho contra novas portagens» vai mesmo elaborar um estudo para contrariar as conclusões apresentadas pelo Governo.

Segundo o porta-voz do movimento, José Carlos Barbosa, o documento, que será tornado público amanhã, em conferência de imprensa, vai ser enviado ao Governo, naquela que será uma “tentativa diplomática” para o convencer a desistir da ideia.

Caso tal não aconteça, o movimento admite voltar aos protestos de rua, a exemplo do que já fez em 2004.“Os protestos são sempre uma hipótese”, disse José CarlosBarbosa, que falava no Governo Civil de Viana do Castelo, no final de uma reunião com os deputados do PS e do CDS-PP eleitos pelo distrito, convocada expressamente para tratar do “dossiê portagens”.

Para José Carlos Barbosa, os pressupostos que motivaram a criação do movimento em 2004 “mantêm-se inalteráveis, ou seja, não há qualquer alternativa válida à A-28 para a ligação entre Viana do Castelo e Porto, continuando a região com índices de desenvolvimento inferiores à média nacional”.

José Carlos Barbosa sublinhou que a EN-13, que seria a única via alternativa à A-28, tem “imensos estrangulamentos”, como foi comprovado numa viagem organizada pelo movimento em Novembro de 2004, que demorou 2h45 horas a percorrer os cerca de 60 quilómetros entre Viana do Castelo e Porto.

Na altura, o movimento elaborou um mapa da EN-13 entre as duas cidades onde constam cerca de 500 constrangimentos à circulação rodoviária.

Naquele troço de cerca de 60 quilómetros foram identificados 69 cruzamentos, 229 entroncamentos, 16 rotundas, 155 passadeiras para peões, 24 intersecções com semáforos, 69 paragens de transportes públicos e sete grandes superfícies a “despejar” directamente para a EN-13.

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, anunciou, a 18 de Outubro, que vai introduzir portagens nas auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT) do Norte Litoral, Costa de Prata e Grande Porto já em 2007, medida que permitirá poupar aos cofres do Estado cerca de 100 milhões de euros por ano.

No final da reunião de ontem, os deputados do PS congratularam-se com o facto de o Governo ter decidido deixar de fora do pagamento de portagem os troços Viana-Caminha e Viana-Ponte de Lima, “em coerência com o que foram as promessas eleitorais”.

Quanto à ligação Viana-Porto, e apesar de reconhecerem que “era importante que não fosse onerada”, recordaram que o PS e o Governo “sempre disseram” que a introdução de portagens progressiva.

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