27 novembro 2006

Deputados do PSD apelam a colegas do PS para se juntarem aos protestos contra portagens

Paulo Julião
Rádio Geice
27-Nov-2006




Os deputados do PSD eleitos pelo distrito de Viana do Castelo afirmam que os argumentos do Governo para introduzir portagens no IC1 foram “totalmente desmontados” pela movimento anti-portagens e dizem que o estudo em que se baseia a decisão “não é a sério”.

O social democrata Álvaro Campos Ferreira reuniu esta segunda-feira, em Viana, com os responsáveis pelo movimento e apelou aos “colegas” socialistas eleitos pelo Alto-Minho para que se juntem ao protesto da população.

“Os deputados do PS estão a colocar o serviço ao partido e ao Governo acima do que são os desejos legítimos do distrito e, por isso, fica o apelo para que façam um acto de contrição e se lembrem das populações quando não é altura das eleições”, afirmou Campos Ferreira, deputado do PSD eleito pelo Alto-Minho.

Em causa, lembra, a recusa dos eleitos socialistas em participarem numa reunião conjunta entre todos os eleitos do distrito na Assembleia da República e o movimento anti-portagens, bem como a ausência de críticas à medida.

“Não têm andado bem e faço um apelo para que se unam a este movimento e a esta ansiedade das populações e que ultrapassem as questões meramente partidárias”, afirmou ainda.

Sobre a anunciada introdução de portagens o deputado lembra que a posição do partido “passa pelo principio do utilizador pagador”, no entanto, “mesmo quando estávamos no Governo tínhamos excepções e uma delas era a ligação do Porto a Viana, através do IC1, dado não haver uma estrada alternativa”.

No final do encontro com os elementos do movimento que contesta as portagens, Álvaro Campos Ferreira sublinhou, uma vez mais, que a EN13 “é uma estrada regional que atravessa centros urbanos e não é uma alternativa séria” e aproveitou para saudar o trabalho desenvolvido pelo movimento.

“Esta comissão fez um trabalho excelente na desmontagem no estudo do Governo e saio desta reunião com a convicção profunda de que é um estudo encomendado de forma a justificar a introdução de portagens”.

O deputado social-democrata acusa, ainda, tratar-se de um estudo “pouco sério e que tenta justificar o injustificável”, sendo a intenção do Governo “aproveitar o elevado tráfego desta via para obter receitas também elevadas”.

“Mas que não são suficientes para pagar os custos da instalação das portagens”, aponta, ao colocar em causa o “excesso de vantagens” de que terão usufruído os privados pela concessão da auto-estrada.

Os deputados do PSD prometem levar o protesto junto dos órgãos competentes “para que se faça justiça e que o Alto-Minho não seja só uma memória eleitoral”, ao mesmo tempo que garantem estar de “alma e coração” com este movimento de cidadãos.

“Se analisarem os dados de uma forma séria e honesta ninguém poderá dizer que Viana do Castelo e o troço da A28 até ao Porto preenchem os critérios que o Governo decidiu para implantar as portagens”, afirmou Luís Louro, do movimento anti-portagens que vai continuar com as reuniões de trabalho e “auscultando” a posição dos vários intervenientes.

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