06 novembro 2006

Autarca de valença defende um só aterro sanitário para o distrito de viana

Ana Peixoto Fernandes
Jornal Público
06.11.2006



José Luís Serra considera que a deslocalização da estrutura do Vale do Minho deverá ficar definida até Março de 2007

A deposição dos resíduos sólidos urbanos (RSU) produzidos pela totalidade dos dez municípios que configuram geograficamente o distrito de Viana do Castelo num só aterro sanitário é defendida pelo presidente da Câmara de Valença, José Luís Serra, como sendo a hipótese que mais sentido faz, tendo em conta o nível de produção de lixo na região.

Numa altura em que se encontra em estudo a futura nova localização do aterro do Vale do Minho, instalado em S. Pedro da Torre para servir os concelhos de Valença, Monção, Melgaço, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira e Caminha, sendo os restantes quatro municípios do distrito - Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Arcos de Valdevez - servidos por um outro equipamento localizado em Viana, o autarca manifesta a sua discordância em relação à futura manutenção das duas estruturas.

"Sempre defendi que não faz sentido nenhum um distrito como o de Viana do Castelo ter dois aterros sanitários. Em termos racionais, faria muito mais sentido um único para o distrito, porque são cerca de 250 mil habitantes ao todo, o que é relativamente pouco", defende José Luís Serra, considerando, no entanto, que uma alteração nesse sentido depende de uma decisão ditada "a uma escala superior".

O autarca argumenta que a manutenção dos dois equipamentos "não é considerável" tendo, por exemplo, em linha de conta "o elevado preço por tonelada [de lixo]" que é pago pelos municípios servidos pelo aterro de S. Pedro da Torre em relação ao que pagam os concelhos que se servem do aterro situado em Vila Fria, Viana do Castelo.

Na origem desta discrepância de valores estará o facto de o segundo equipamento receber e tratar uma maior quantidade de RSU.

Para que o actual cenário pudesse ser alterado, o presidente da Câmara de Valença defende que "tem de haver coordenação e vontade" das entidades envolvidas.

"Estaremos agora num momento interessante em que podiam ser discutidas estas questões, mas isso não depende só nem de mim nem de dois ou três autarcas.

Tem de envolver o Ministério do Ambiente e as próprias empresas concessionárias deste serviço", insiste.

Investimento deverá avançar em 2008

José Luís Serra sustenta, de resto, que, à margem de uma desejável alteração da actual situação, o processo em curso para a necessária deslocalização do aterro sanitário do Vale do Minho (prevista no respectivo acordo parassocial) terá de ser levado a bom porto "até Março do próximo ano, de forma a arrancar com o investimento em finais de 2008".

De acordo com um estudo efectuado recentemente e aprovado nos últimos dias pela sociedade gestora do aterro de S. Pedro da Torre, estão em aberto cinco hipóteses de localização para aquela estrutura sanitária e uma delas será aprovada dentro de três meses, após a realização dos respectivos estudos económico-financeiro e geológico.

As localizações previstas situam-se nos concelhos de Melgaço, Monção, Vila Nova de Cerveira, Caminha e Paredes de Coura, ficando apenas de fora o de Valença, que já acolhe o aterro do Vale do Minho desde 1997.

A instalação deste último em S. Pedro da Torre foi alvo de uma forte polémica, que envolveu decisões de tribunal e protestos de rua por parte da população.

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