09 maio 2007

Manuel Alegre: saída de Helena Roseta mostra que partido está “doente e arrogante”

Deputado responsabiliza "actual funcionamento" do PS pela demissão
09.05.2007 - 19h07
Lusa

O deputado socialista Manuel Alegre considerou hoje a saída de Helena Roseta do PS um sinal de que o partido está doente e arrogante e disse que com anteriores líderes esta situação não teria acontecido.

"Com Jorge Sampaio, Mário Soares ou António Guterres isto não seria possível", declarou Manuel Alegre à Lusa, manifestando "muita preocupação e apreensão e uma profunda tristeza" pela desfiliação de Helena Roseta do PS.

"Vejo isto como um facto muito grave e como um sintoma de doença no PS, de grande arrogância e de falta de memória. Quando se trata desta maneira uma pessoa como a Helena Roseta isso quer dizer que não há respeito pelos valores, há só gestão do poder", acusou.

Questionado se responsabiliza o secretário-geral socialista pela saída de Helena Roseta, hoje comunicada a José Sócrates através de uma carta entregue na sede do partido, Manuel Alegre respondeu que responsabiliza "o actual funcionamento do PS", com qual afirma manter "uma relação crítica".

"Eu sei que ela escreveu há já bastante tempo uma carta à direcção do partido afirmando a sua disponibilidade para encontrar uma solução para Lisboa e nem sequer uma resposta lhe foi dada", recordou.

"Não se lhe dá uma resposta, fosse ela qual fosse. Isto é uma falta de consideração", criticou, lembrando que "Helena Roseta também não foi convidada para deputada".

"Quando se deixa sair a qualidade e se promove a mediocridade isso significa que as coisas não estão bem. Só um partido que está doente, cego é que se dá ao luxo de subestimar e de prescindir de uma pessoa como a Helena Roseta. É uma grande perda para o PS", sustentou.

Frisando que não vai concorrer à Câmara de Lisboa, Alegre sustentou que Helena Roseta "poderia ser candidata do PS", "seria uma excelente candidata" à autarquia.

"Já foi cabeça de lista à Câmara de Lisboa pelo PSD. Já foi presidente da Câmara de Cascais. Não há muitas pessoas no PS com as qualificações dela para serem candidatos, não quer dizer que não haja outros", disse.

Apesar das críticas ao partido, Manuel Alegre desejou "que o PS encontre uma solução capaz, não aparelhística", para Lisboa "e que essa solução não exclua ninguém, seja capaz de ouvir os cidadãos e de recuperar uma pessoa como a Helena Roseta".

Sem comentários: