Paulo Julião
Rádio Geice
05-Nov-2006
A população de Santa Maria de Geraz do Lima, em Viana do Castelo, volta a insurgir-se contra a obra de construção de uma antena de telemóveis, retomada há dias, protestando contra o facto de situar a cerca de 100 metros de duas escolas, temendo eventuais “efeitos na saúde” nas crianças e alegando tratar-se de uma obra não licenciada.
Em Agosto de 2005 a obra foi mesmo embargada pela Câmara de Viana, cujo executivo terá garantido à população que a colocação da torre não iria avançar.
“Qual não foi a nossa surpresa quando na quinta-feira à noite constatámos que uma empresa começou a montar a torre”, afirmou à Geice Vítor Sá, criticando a vigilância montada pela GNR no local.
“Devem pensar que a população de Geraz do Lima é criminosa”, acrescentou.
Em causa está o facto de a antena estar a ser construída a “menos de 100 metros” de um Jardim de Infância e da Escola do Ensino Básico da localidade, ambas frequentadas por cerca de 60 crianças.
“Deveríamos preservar a saúde das pessoas e, principalmente como é caso, das crianças”, defende Vítor Sá.
A primeira tentativa de instalação da torre aconteceu em Agosto de 2005, tendo a população recolhido um abaixo-assinado, rubricado por 400 pessoas, mais de metade dos eleitores da freguesia, e apresentado no Tribunal de Viana uma Previdência Cautelar para parar as obras, acção que ainda corre.
Fonte da Câmara de Viana do Castelo esclareceu à Geice que foi definido com os promotores da obra que a torre teria de ser colocada “a pelo menos 200 metros de distância do complexo escolar” e acrescentou que, segunda-feira, técnicos camarários irão promover uma vistoria ao local.
A instalação da antena, explica Vítor Sá, foi aprovada pela anterior Junta de freguesia, mediante o pagamento de 70 mil euros e uma renda mensal de 750 euros, mantendo o actual executivo a vontade de continuar com o negócio.
“A vontade das pessoas deveria contar para alguma coisa mas, pelo que se vê, o dinheiro acaba por falar mais alto”, assegura o morador, recordando a promessa eleitoral do presidente da Câmara, Defensor Moura, de travar aquela obra.
“O que me revolta é que o senhor presidente esteja tão preocupado com o Prédio Coutinho e anda a distribuir prédios coutinhos pelas freguesias”, afirmou.
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