03 janeiro 2007

Paredes de Coura abre Centro de Estudo Ambiental

Jornal Público
Ana Peixoto Fernandes

03.01.2007


Estrutura criada na Paisagem Protegida de Corno de Bico custou 1,1 milhões de euros


A Paisagem Protegida de Corno de Bico (PPCB), em Paredes de Coura, abriu ontem ao público, quase sete anos depois da sua criação, uma estrutura de acolhimento a visitantes, designada por Centro de Estudo e Interpretação Ambiental. O novo espaço implicou a construção de um edifício de raiz, onde funcionará o centro propriamente dito, e a recuperação de outros dois já existentes, para criação de áreas de pernoita e de refeições.

A obra custou cerca de 1,1 milhões de euros e tem, segundo o presidente da Câmara de Paredes de Coura, Pereira Júnior, como principais objectivos promover a investigação e a divulgação dos recursos naturais da PPCB e captar novos fluxos de visitantes para a localidade, situada na zona mais interior do distrito de Viana do Castelo.

"É um valor acrescentado para Paredes de Coura, na medida em que estamos convencidos de que atrairá muitos mais visitantes para o concelho", defende o autarca, frisando que, a partir de agora, "as escolas, os especialistas e estudiosos na área do ambiente têm na Paisagem Protegida de Corno de Bico uma estrutura onde podem permanecer".

Criada em 20 de Setembro de 1999, a PPCB compreende uma área de mais de dois mil hectares, abrangendo cinco freguesias do concelho de Paredes de Coura: Castanheira, Cristelo, Parada, Vascões e Bico. Possui um extenso carvalhal, dos mais antigos da Península Ibérica, e algumas espécies raras ao nível de fauna e flora, o que lhe confere alguma especificidade no que toca a este género de espaços naturais. A necessidade imperiosa de se apostar na sua preservação constituiu também um dos motivos que presidiram à criação do Centro de Estudo e Interpretação Ambiental.

No imóvel construído de raiz foram criadas áreas destinadas à investigação e divulgação dos recursos naturais da PPCB, nomeadamente ateliers, sala de exposições e conferências, auditório e um laboratório. O centro, revestido a madeira, foi edificado numa zona de carvalhos, vidoeiros e cedros, e permitirá, segundo Pereira Júnior, observar com rigor o fluxo de visitantes que até à actualidade não era possível quantificar. O autarca calcula, no entanto, que milhares de pessoas visitem a PPCB por ano, sobretudo por causa dos percursos pedestres existentes em toda a extensão daquele parque natural.

O referido projecto incluiu, de resto, a recuperação e a adaptação dos antigos edifícios da Casa do Professor e da Escola Primária de Chã de Lamas a dormitório e cantina, respectivamente. Estes imóveis terão sido edificados aquando da criação pelo Estado Novo da Colónia Agrícola da Boalhosa em finais dos anos 50 do século XX.

Todo o seu historial poderá ser conhecido através de uma exposição denominada Do Baldio à Colónia Agrícola da Boalhosa, que estará patente ao público até Março na sala de exposições do novo centro de acolhimento da visitantes. A mostra foi organizada pelo Serviço de Arquivo da autarquia, com o objectivo de rememorar o percurso de humanização sofrido por aquela extensa área.

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