22 janeiro 2007

Juntas da Peneda-Gerês formam associação

Miguel Rodrigues
Jornal de Notícias
[22.01.07]


A criação de uma associação que funcione como lóbi na defesa dos interesses das freguesias integrantes do Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), foi a principal decisão tomada, ontem, numa reunião que juntou, no Soajo, 22 autarcas de juntas e que, assim, pretendem dar um sinal da luta que querem encetar contra as restrições e proibições que lhes são impostas, por estarem numa área protegida.

"Estamos cansados de ver que nas freguesias vizinhas se pode fazer tudo e nas nossas, porque estamos integrados no parque, tudo é proibido", disse, em tom de desabafo, o presidente da Junta de Freguesia do Soajo, Manuel Costa.

A situação para os autarcas é "insustentável" e, por isso, decidiram criar uma associação que defenda os interesses colectivos, "pois cada um por si não consegue chegar a lado nenhum", disse o autarca, garantindo que as freguesias "estão a ser fortemente discriminadas e prejudicadas".

Entre as batalhas prometidas encontram-se a autorização para a instalação de parques eólicos.

"São estruturas que rendem milhares de euros e que podiam ser uma fonte de receitas importantes para as freguesias poderem fazer face às carências que sentem", enfatizou Manuel Costa.

Também na perspectiva económica, os autarcas agora reunidos em associação querem que seja permitido a exploração das pedreiras existentes, para consumo próprio, evitando, assim, serem forçados "a importar camiões de pedra vinda de Espanha, dada a proibição".

A velha questão do pagamento das indemnizações compensatórias dos prejuízos causados pelo lobo esteve também em cima da mesa, sendo que os autarcas querem que, de uma vez por todas, os "pagamentos atempados, conforme o estabelecido pela lei e não como estão a ser feitos agora, em que se espera há mais de um ano pelas compensações", afirmou o presidente da Junta de Freguesia do Soajo.

Na agenda das "lutas" da nova associação inclui-se, ainda, a tentativa de eliminar "algumas das restrições na utilização das albufeiras" ou ainda a "reflorestação das áreas ardidas no último Verão, assim como a exigência de apoios aos agricultores atingidos pelos incêndios", esclareceu, ainda, Manuel Costa.

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