04 janeiro 2007

Oposição em bloco preocupada com demolição das casas do Campo D'Agonia

Ivone Marques
Rádio Geice
04-Jan-2007



O prolongamento da existência da Sociedade Vianapolis com plenos poderes por mais um ano não parece ter sido uma surpresa para os partidos da oposição ao executivo socialista de Viana do Castelo.

PSD, CDU, CDS-PP e Bloco de Esquerda são consensuais em afirmar que era expectável que a sociedade tentasse prolongar-se no tempo com o intuito de demolir o prédio Coutinho e construir o novo Mercado Municipal. O que talvez não se esperava era que fosse retomado o projecto original traçado para o Campo D’Agonia.

Defensor Moura já disse que vai tentar candidatar a fundos comunitários o projecto de construção de novas vias, de uma ciclovia, de novos edifícios e, consequentemente, da demolição das cerca de duas dezenas de casas térreas existentes naquela área.

O autarca afirma que teve de abdicar do projecto em 2003, devido a uma redução de financiamento do Programa Polis, mas que agora vai ser retomado, uma vez que existe a perspectiva de poder candidatá-lo ao Quadro de Referência Estratégica Nacional.

O certo é que esta intenção fez voltar aos moradores das pequenas casas do campo o fantasma da demolição. Os partidos da oposição entendem que aquela área deve ser requalificada, mas temem que a Vianapolis mantenha a postura de negociação que tem tido até ao momento.

É o que entende a concelhia do PSD. António Amaral fala mesmo no continuar da saga demolidora da Vianapolis e da Câmara Municipal.

Do lado da CDU, Rui Viana já deixou claro que não concorda com a demolição daquelas habitações e que é legítimo que os moradores tentem salvaguardar os seus direitos. Diz mesmo que era bom que Viana não tivesse no Campo D’Agonia uma segunda edição do Prédio Coutinho.

Posição idêntica é a do CDS. Aristides Sousa recorda que aquelas são casas com história e acusa a Polis e a autarquia vianense de continuarem a fazer intervenções contra as pessoas e não com as pessoas.

Por parte do Bloco de Esquerda Luís Louro sublinha que estas são “guerras” que vão ser decididas pelos tribunais e não pelos políticos. No entanto diz-se preocupado já que teme que os moradores do Campo D’Agonia não tenham a mesma capacidade de salvaguarda dos seus direitos como a que foi manifestada pelos moradores do prédio Coutinho.

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