05 fevereiro 2007

Perdas de água na maioria dos municípios da Valimar são "inaceitáveis"

Ana Peixoto Fernandes
Jornal Público
05.02.2007


"Fugas" no sistema de abastecimento podem atingir 50 por cento em alguns casos. Esposende é excepção, de há dois anos a esta parte.

As perdas de água no sistema público de abastecimento no território da designada Comunidade Urbana Valimar, que agrega os municípios de Viana do Castelo, Caminha, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez e Esposende, poderão atingir nalguns casos os cinquenta por cento.

O desgaste das infraestruturas da rede pública de abastecimento e a sua não renovação, as suas deficiências, as rupturas de condutas e as captações clandestinas, aliadas a uma ausência de controle do próprio sistema, são as principais razões apontadas para a existência de níveis tão elevados de "fugas".

O líder daquela organização supra municipal, Francisco Araújo fala em valores um pouco mais baixos, próximos à média nacional que oscila entre os 35 e os 40 por cento, mas considera, ainda assim, "inaceitável" que esta quantidade de água se fique pelo caminho depois de injectada na rede.

O PÚBLICO sabe que o assunto foi recentemente abordado pelos autarcas, numa perspectiva de preocupação, no seio da Valimar, tendo sido assumido que a quantidade de água que se perde no percurso poderá rondar nalguns casos cerca de 50 por cento. De entre os seis municípios-membros, Esposende constitui uma excepção, pelo facto de nos dois últimos anos, através de um investimento realizado a expensas próprias, ter feito baixar o nível de perdas de água para cerca de 20 por cento.

"Não tenho dúvidas que as perdas de água nos municípios da Valimar andam à volta de 35 a 40 por cento. São taxas muito elevadas. E se porventura esse valor é imputado aos municípios que fazem a distribuição em baixa é de considerar que é inaceitável", explicou ao PÚBLICO o dirigente da Valimar e presidente de câmara de Arcos de Valdevez.

Francisco Araújo considera que, directamente relacionada com esta situação, está a actual e "prolongada" indefinição relativamente às entidades que devem assumir a responsabilidade da gestão da rede de abastecimento de água em baixa no território. Na óptica do autarca, os municípios encontram-se, desta forma, condicionados em relação a possíveis investimentos para minorar o problema.

"Não se sabe muito bem quem é que terá de os fazer", assume Araújo. Este responsável avisa, contudo, que no que se refere a esta questão "não podem uns ficar com o "filet minon" os outros com os custos da exploração do sistema. Tem de haver aqui um envolvimento conjunto e, nomeadamente tem de se cumprir aquilo que foi sempre a nossa perspectiva, que é ter a distribuidora que tem a concessão em alta a envolver-se na concessão em baixa".

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