Tabuleiro rodoviário da ponte Eiffel reabre

Rádio Alto Minho
30/10/07



O ministro das Obras Públicas preside hoje à cerimónia de reabertura do tabuleiro rodoviário da ponte Eiffel de Viana do Castelo, que está fechado desde 1 de Fevereiro de 2006 para obras de alargamento e reabilitação.

As obras, segundo o prazo inicialmente fixado, deveriam durar apenas seis meses, mas, após a remoção do tabuleiro, foram detectados graves problemas de corrosão, que obrigaram à suspensão dos trabalhos, a estudos mais aprofundados coordenados pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil e à reformulação do projecto.
Os custos da intervenção também sofreram uma derrapagem, subindo de cinco milhões de euros para 8,6 milhões.

Com esta intervenção, a largura do tabuleiro da ponte passou de 6,88 metros para oito metros, seis dos quais para as faixas de rodagem e os restantes para dois passeios de um metro cada.

Paralelamente, decorre também a empreitada de reabilitação e reforço das infra-estruturas da ponte, nomeadamente dos pilares, num investimento de 3,8 milhões que deverá estar concluído até Março de 2008.

Segundo números da Comissão de Utentes da ponte, os 12.500 automobilistas que utilizavam diariamente aquela centenária travessia para fazer a ligação entre Darque e Viana do Castelo já terão gasto cerca de seis milhões de euros «a mais» só em combustíveis.

Por cada viagem entre aquelas duas localidades, os habituais utilizadores da «Eiffel» foram obrigados a fazer, em media, 11 quilómetros a mais, o que, no total, dá cerca de 90 milhões de quilómetros exclusivamente por causa do fecho do tabuleiro rodoviário.

A ponte metálica de Viana do Castelo tem 129 anos e em 2003 a Ordem dos Engenheiros distinguiu a sua reabilitação como uma das «100 obras de engenharia civil mais notáveis construídas no século XX».

Foi concebida pelo francês Gustave Eiffel e inaugurada oficialmente a 30 de Junho de 1878, numa travessia presidida por Fontes Pereira de Melo.

Até à construção da ponte metálica de Viana do Castelo, as duas margens do Lima estavam unidas por uma travessia de madeira, que existia desde 1819, partindo do Terreiro de S. Bento para terminar perto da capela de S. Lourenço, na margem esquerda do Lima.

Classificada como Património Municipal, a ponte metálica de Viana do Castelo é única no país devido à existência de tabuleiros sobrepostos - permitindo o trânsito ferroviário no inferior e rodoviário no superior - e de «cotovelos» nas duas margens.