05 abril 2007

Elevador de Santa Luzia "devolvido" à população e com direito a "serviço de taxi"

Rádio Geice
Paulo Julião
05-Apr-2007



Perante os aplausos de dezenas de populares, curiosos por ver de perto o novo equipamento, o funicular de Santa Luzia retomou esta tarde o regular serviço, depois de seis anos de abandono.

“Valeu a pena.

Foi uma oportunidade de reviver uma sensação que há muito tempo não tinha”, confessou, à saída da primeira viagem, o presidente da autarquia de Viana do Castelo, principal impulsionador da reabilitação do funicular de Santa Luzia, o de maior extensão do País, agora devolvido de novo ao povo.

Na reabilitação integral do equipamento, comparticipada em 75 por cento por fundos comunitários, foram investidos mais de 2,5 milhões de euros, com o retorno a fazer-se apenas pelo o custo do bilhete (2 euros viagem simples e três ida e volta).

“Sabemos que nunca conseguiremos recuperar o investimento feito, mas acho que não há dinheiro que pague este prazer”, explicou Defensor Moura.

Desde esta quinta-feira que o funicular volta fazer a ligação entre a cidade e o santuário de Santa Luzia, num percurso de 650 metros de extensão. Funcionará todos os dias, a partir das 08h00 até às 20h00 no horário de Verão e até ás 18h00 no restante ano.

Parado desde Abril de 2001, retomou agora a actividade, assegurando carreiras de meia em meia hora e, ainda, uma serviço de táxi, “desde que apareçam numa das estações duas pessoas”.

“É o suficiente para assegurar os custos da viagem e por isso faz-se imediato, como se de um táxi se tratasse", explicou Defensor Moura.

Com dez meses de atraso, o “novo” elevador, o “mais vistoriado” do País, garante a Efacec, empresa encarregue de toda a empreitada, a inauguração foi dificultada pelas “condições únicas” do funicular, inaugurado em 1923.

“Enfrentámos muitas dificuldades e exigências ao longo deste processo. Foi como colocar um novo funicular em cima de uma cama com quase cem anos”, explicou Rui Pinheiro, responsável pela obra. De forma a garantir “todas as condições de segurança” exigidas pelas normas europeias, o elevador conta com quatro diferentes tipos de travagem e três meios de alimentação motriz: bateria, rede eléctrica e motor diesel.

Apesar de receber maquinara nova, o elevador mantém algumas características anteriores, como o desnível de 160 metros. A velocidade máxima das carruagens será de 2 metros por segundo e cada uma terá capacidade para o transporte de 24 pessoas, metade das quais sentadas, e duas bicicletas, com a viagem a demorar seis minutos.

Mantendo o modelo antigo, as carruagens não vão ter qualquer operador no interior, onde existirão apenas sistemas de comunicação áudio com a sala de comando para permitir a transmissão de mensagens de voz, música ou chamadas de emergência dos passageiros.

O objectivo da autarquia é concessionar o serviço a privados, mas no primeiro ano caberá à Efacec gerir e formar o pessoal técnico para a operação do elevador, serviço que representará um custo mensal para a Câmara de 12.500 euros.

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